quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Hoje estamos a ouvir...


Yoshimi Battles The Pink Robots
The Flaming Lips
© 2002 Warner Bros. Records

... enquanto não chega o novo álbum.


terça-feira, fevereiro 22, 2005

A Rosa Inglesa



From Gardens Where We Feel Secure
Virginia Astley
Capa da edição original (1983)

De vez em quando apetece-nos desenterrar um daqueles ossinhos há muito escondidos na terra húmida do quintal das traseiras. Para voltarmos a mordiscá-lo. Há ossos que não perdem o seu sabor, por muito tempo que permaneçam enterrados. Hoje veio à superfície um disco chamado From Gardens Where We Feel Secure, primeiro trabalho de Virginia Astley. Aquela a quem chamaram the english rose.

Publicado em 1983, From Gardens Where We Feel Secure é a banda sonora de um dia de Verão, as memórias de infância de um dia passado no campo, da manhã até ao entardecer. Uma peça de estrutura clássica, assente em piano e flauta e marcada pela presença de sons da natureza, pássaros, sinos de igreja e toda a sorte de ruídos campestres que recriam a ambiência bucólica dum picnic in the english countryside. Virginia Astley, compositora de formação clássica, flautista, teclista e soprano, fundava o género pastoralia, cuja influência chegaria a lugares tão longínquos quanto The Orb ou Ultramarine (os autores do magnífico United Kingdoms). Um género onde a música tem um encontro feliz com a poesia.

Astley cultivava o low profile e rodeava-se de uma reserva impenetrável. Avessa à exposição pública e ao universo pop, Astley publicou sempre através de pequenas e desconhecidas editoras. Produziria ainda mais dois álbuns da sua autoria e, através da sua ligação profissional a Ryuichi Sakamoto, viria a colaborar com David Sylvian para um dueto na canção Some Small Hope. Apareceria ainda como consultora em trabalhos de Anna Domino, Martin Stephenson e Pete Townshend (líder dos The Who), seu cunhado. Em 1987, Virginia abandonaria definitivamente a carreira artística para se dedicar em exclusivo à educação da sua filha Florence, na qualidade de mãe solteira. Faria uma única aparição depois disso, em meados dos anos 90, ao lado de Kate St. John (que fez parte dos Dream Academy) e de Roger Eno (sim, o irmão de Brian Peter Jorge St. John Baptiste de la Salle Eno), curiosamente em Portugal. Depois, nada mais.

Até há bem pouco tempo uma raridade quase impossível de adquirir, From Gardens Where We Feel Secure foi reeditado recentemente pela Rough Trade, por ocasião do 25º. aniversário desta etiqueta. Esta reedição (2003) tem uma nova capa, pelo facto de se ter perdido o artwork do disco original. O encanto da música mantém-se. E o seu encontro feliz com a poesia acontece.



domingo, fevereiro 20, 2005

Welcome back

Steven Brown vive no México, Peter Principle em New York, Blaine Reininger na Grécia e o trompetista holandês Luv Van Lieshout na Bélgica. Juntos, formam os Tuxedomoon, banda nascida em 1977 na cidade de San Francisco e que é conhecida como a mais europeia de todos as bandas americanas. De berço new-wave e post-punk, a música dos Tuxedomoon é o resultado duma mágica experiência de laboratório realizada num cadinho onde cabem as mais diversas influências, desde o jazz de fusão até à música clássica. E mantendo sempre uma estreita ligação com outras formas de expressão artística, como o teatro, o cinema e o bailado, patente na componente visual das actuações do grupo. Entre inúmeros outros trabalhos, os Tuxedomoon compõem em 1982 a música para o bailado Divine de Maurice Béjart e pouco depois mudam-se de armas e bagagens para Bruxelas, onde começam a trabalhar na banda sonora para a peça de teatro Ghost Sonata, de August Strindberg, tornando-se das bandas mais influentes da cena arty europeia. Seria assim até 1987, altura em que os TM suspendem a sua actividade enquanto grupo. Embora nunca oficialmente dissolvida, a banda manteve-se inactiva durante quase dez anos, ressurgindo no final dos anos 90 com espectáculos ao vivo e reedições de alguns trabalhos antigos, bandas sonoras e colectâneas.

Em Junho de 2004, os Tuxedomoon regressam à edição de originais, com Cabin In The Sky, considerado o seu primeiro álbum pop, trabalho que soa a um cruzamento entre a electrónica elegante e contemporânea dos Air com as paisagens calmas e ambientais de Brian Eno e Robert Fripp. Foi a tournée de promoção de Cabin In The Sky que os trouxe a Portugal no passado mês de Novembro, para um espectáculo na cidade de Aveiro, por ocasião do Festival Sons em Trânsito. Voltam ao nosso país para mais dois espectáculos nos próximos dias 12 e 13 de Abril, respectivamente na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão e no Fórum Lisboa. A não perder, esta segunda oportunidade de descobrir a sonoridade e a performance multimedia dos Tuxedomoon.



© Philippe Carly www.newwavephotos.com

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

É hoje que a casa vem abaixo

Hoje (quase) todos os caminhos vão dar ao Coliseu dos Recreios. A aposta está ganha: lotação esgotada para os Da Weasel.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

É hoje e mesmo aqui ao lado



É já hoje à noite que The Legendary Tiger Man, alter-ego de Paulo Furtado, apresenta o seu espectáculo em Sines, na Capela da Misericórdia, pelas 22 horas. Paulo Furtado, antigo membro dos Tédio Boys e líder dos Wraygunn, conta já com três álbuns a solo, Naked Blues (2002), Fuck Christmas, I Got The Blues (2003) e o CD de remisturas In Cold Blood (2004), para além de um sucesso assinalável. As suas prestações ao vivo têm uma componente visual muito forte, que se associa à atmosfera sexual libertada pelo som bluesy da música do tigre. O mais sexy meio tigre, como é classificado pela cantora americana Peaches.
  • Há dois aspectos curiosos e bizarros para os quais não encontro explicação. Em primeiro lugar, não consigo entender porque motivo o espectáculo teve divulgação nula, só sendo possível confirmar a sua realização no site do músico e na própria sala em que aquele vai decorrer. Em segundo lugar, a Capela da Misericórdia é um espaço muito respeitável mas cuja capacidade não excede cinquenta lugares (assim por alto). Será que estava tudo pensado? Não se divulga porque a sala é pequena? Estranho, muito estranho... Da próxima vez vou disponibilizar a minha casa junto da Câmara Municipal de Sines para a realização de iniciativas semelhantes. Embora esteja situada num concelho diferente, a malta pode estar à vontade, dispõe de casa de banho e ainda pode ir à cozinha beber água.

Tesourando



Scissor Sisters é uma expressão da gíria inglesa usada para designar um tipo particular de posição sexual praticada por lésbicas, que procuramos demonstrar pedagogicamente na ilustração acima. Para a referir também se pode utilizar o gerúndio scissoring, que vai dar ao mesmo.


Scissor Sisters foi o nome escolhido em 2001 por quatro rapazes e uma rapariga para a banda que decidiram formar, saída directamente da cena gay e drag de New York, incorporando elementos teatrais e do burlesco particularmente notáveis nas suas actuações ao vivo. O grupo tornou-se conhecido no ano que passou surpreendendo toda a gente com a sua sonoridade retro e divertida, combinando influências que vão de Elton John aos Bee Gees e de David Bowie aos Supertramp. Após o lançamento do primeiro single, Laura, ainda em 2003, seguir-se-ia já em 2004 uma subversiva interpretação do tema Comfortably Numb, dos Pink Floyd, a que não se pode chamar (a bem dizer) uma cover version. Trata-se de uma reinvenção: a canção original está absolutamente irreconhecível por baixo das roupagens disco-sound de lantejoulas tremeluzentes com que foi brilhantemente arranjada. O álbum de estreia homónimo, Scissor Sisters, chega rapidamente ao topo da lista britânica de vendas, com mais de um milhão e meio de cópias vendidas no reino de Sua Majestade. Do álbum serão ainda extraídos os singles Mary, Filthy/Gorgeous e o fabuloso Take Your Mama Out, a fazer lembrar o som mellow dos Doobie Brothers. Sem esquecer o delicioso Tits On The Radio, onde os Scissor referem o facto de a rádio não permitir a observação de certos aspectos da fisiologia feminina (coisa que também me arrelia). A música dos Scissor Sisters é um divertimento para a alma e uma alegria para os sentidos. E para o pézinho também.

Na quarta-feira da semana passada, no Earl’s Court de Londres, os Scissors Sisters arrebataram todos os Brit Awards das categorias internacionais, pela primeira vez nos 25 anos de história do certame, conquistando os prémios de Melhor Grupo Internacional, Melhor Revelação Internacional e Melhor Álbum Internacional. Os nossos entusiásticos parabéns.

Scissor Sisters ao vivo nos Brit Awards - 9/02/2005
BBC News World Edition

domingo, fevereiro 13, 2005

Sem Sela



Os Tindersticks acabam de publicar Bareback, o seu tão aguardado primeiro DVD, cujo lançamento tem vindo a ser sucessivamente anunciado e adiado desde o Outono de 2004. Inclui todos os vídeos da banda de Nottingham, à excepção de No More Affairs e Dying Slowly. Na verdade não se trata de uma colecção de videoclips, mas sim de nove curtas metragens realizadas por Martin Wallace, em torno dos temas City Sickness, Travelling Light, Bathtime, Rented Rooms, Can We Start Again?, Can Our Love, Dont Ever Get Tired, Sometimes It Hurts e The Art Of Lovemaking. O DVD não possui um menu explícito, aparecendo apenas o burro estilizado que é imagem de marca dos Tindersticks desde o álbum Donkeys (1998). Os filmes são seleccionados clicando em diferentes zonas do corpo do burro (pernas, cabeça, cauda) e ainda no pequeno montículo de bosta. Para os mais sagazes, existem ainda alguns extras ocultos. Para aqueles que gostam de partir à descoberta de coisas obscuras.


sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Let's Go! Ready, Set, Go!

Volta e meia acontece, a conspiração dá-se. Re-Definições é o melhor trabalho nacional de 2004 e é ainda campeão de vendas (atingindo a marca de disco de platina em período recessivo). Arrumando, de caminho, com o Best Portuguese Act dos MTV European Music Awards, fazendo convergir à uma público, indústria e crítica. Os Da Weasel estão de parabéns. Por nos darem o flow urbano da nossa suburbia, a música que liberta quem sufoca no bairro, o som que leva pais e filhos aos concertos. ‘Tá-se bem...

A 18 em Lisboa e a 26 no Porto, as doninhas enfrentam a prova de fogo dos Coliseus, quando se completam dez anos de existência do grupo. Como eles dizem, para dar um mimo a todo o pessoal que nos acompanha desde sempre, bem como aquele que apareceu nos últimos anos.

Tás a sentir?
Uma página de história,
Um pedaço da tua glória
Que vai passar a breve memória.

Yo!

Spoken Word

Ursula Desiré Rucker. A poetisa de Philadelphia, da tradição oral urbana, prolongada da rua para o palco. A mulher que usa a song-speak para falar da mulher, de amor, de sexo, da cultura negra, de política, da violência, do sofrimento e da dor. Que depois envolve as suas palavras com a alma da soul, do nu-jazz e do hip-hop.

Já se havia cruzado com os Silent Poets, King Britt, Josh Wink, The Roots e, mais tarde, com os 4 Hero (com quem mantém colaboração regular). Em 2001, a militante edita o seu álbum de estreia, Supa Sista. Na contracapa uma citação de Rainer Maria Rilke: uma obra de arte é boa se brotou da necessidade. Em 2003, Ursula Rucker regressa com Silver Or Lead, outro álbum de palavras faladas (onde conta com o apoio de Little Louie Vega e dos Jazzanova), ...dedicated to all women... mothers, lesbians, activists, wives and self-proclaimed bitches...

Good enough to fuck but,
not good enough to vote.


Apesar da crueza presente no sentido das palavras inteligentes de Rucker, a música que a acompanha é de uma sonoridade doce e agradável, quase casual.
Esteve em Portugal já por duas vezes, a primeira vez no final de 2003, actuando no Teatro Sá da Bandeira e, depois em 2004, para espectáculos no Porto, Lisboa e Figueira da Foz. Era bom que voltasse. E já agora, com um novo disco...

Be called a muse
Which is just a synonym for use
Put upon pedestals
Dainty and protected
And because of that disrespected
Victorianized
Made a paradox of famous anonymity
Left to go insane with too much femininity
Staring at yellow wallpaper
(in What a Woman Must Do)

terça-feira, fevereiro 08, 2005

I Wanna Be Adored

Um dia, um amigo meu na casa dos cinquenta e muitos, quadro superior duma grande empresa, apanha-me no corredor e, segurando no meu braço, coloca um ar grave e sussura-me ao ouvido: chega aqui só um bocadinho... Faz-me entrar no seu enorme gabinete, fechando a porta atrás de mim. Em silêncio, dirige-se à sua secretária e estende-me uma página impressa, com ar de quem me vai colocar perante um grande segredo. No cabeçalho da folha podia ler-se The best british albums of the last 50 years. Apontando para o primeiro lugar da lista, pergunta-me com o ar inquisidor de quem foi apanhado de surpresa: Quem são estes?
Volta e meia a BBC Radio apela aos seus ouvintes para que procedam à escolha dos melhores álbuns de todos os tempos. Invariavelmente, a lista lá vai alinhando os velhos clássicos de sempre, entremeados com o que de novo e notável vem surgindo: Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan, Led Zeppelin, Pink Floyd, Van Morrison, Clash, Smiths, U2, Nirvana, Pixies, Massive Attack, Radiohead, etc. Em 2002 surge uma surpresa: a entrada directa e inesperada para o lugar cimeiro da lista, do álbum de estreia dos Stone Roses, homónimo, publicado em 1989. Esta escolha seria confirmada em 2004 numa votação conduzida pelo The Observer Music Monthly entre cerca de uma centena de músicos e críticos. A música doce e rebelde dos Stone Roses eclodia de repente e de novo, da cave escura da memória colectiva. Para tanta gente achar o mesmo, por algum motivo havia de ser.
Quando a poeira assenta, começa-se a ver o fundo...

Estátuas colossais

Kouros é uma palavra do grego antigo que significa jovem varão. Era também o nome dado às estátuas esculpidas em mármore nas ilhas gregas de Paros e Samos a partir do século VII a.C., representando jovens guerreiros de braços ao longo do corpo e de punhos cerrados, muito à moda de Creta.

Em 1980, à moda de coisa nenhuma e em plena era pós-punk, três jovens galeses de Cardiff, Stuart Moxham, Phil Moxham e Alison Staton, atiram-nos displicentemente com uma mão cheia de canções melódicas e minimalistas, gravadas em quatro dias. Como reacção a tudo o que faz(ia) sucesso, num único álbum (único) chamado Colossal Youth, com assinatura dos Young Marble Giants. Foram anunciados como o futuro do rock’n’roll e não é possível enumerar até onde vão as influências que deixaram (Portishead, Nirvana, REM, David Byrne, you name it...). Tão depressa chegam como partem. Durante mais de vinte anos não voltaríamos a ter notícias deles, mas não deixámos de ouvir deles, através dos outros. Há pouco mais de um ano reuniram-se num programa na BBC Radio do País de Gales. Hoje, quase ninguém sabe quem foram e o que fizeram. Mesmo na sua própria terra. Mas é possível reconhecê-los no trabalho que muitos outros fazem e que apreciamos. Num livro sobre arquitectura grega as estátuas de Kouros são descritas desta forma:

A colossal state of youth: young marble giants greeted the sailor as he entered the home stretch to Athens. Two basic intuitions of Greek art – tensed vitality and geometric structuring – are as yet disunited; the sculptor partly carves, partly maps an abstract concept of human form onto the rectangular block.

Hoje em dia, não é fácil encontrar o único álbum dos Young Marble Giants, Colossal Youth. Mas se tiver oportunidade, não deixe de ouvir. Irá perceber que há coisas fundamentais que estiveram sempre ali. Aqui.

sábado, fevereiro 05, 2005

Collapsing New Buildings *

Por medo ou por prudência (que é outra maneira de dizer o mesmo), passamos a vida a acreditar que as coisas mais desejadas não vão acontecer e que o pior do mundo não vai mudar. Quase invariavelmente, mais tarde ou mais cedo a realidade acaba por nos demonstrar o contrário, quer nas pequenas como nas grandes coisas (facto que recorrentemente teimamos em esquecer). O Iraque votou e os Einstürzende Neubauten vêm a Lisboa. Os autores de Tabula Rasa e artífices do som industrial alemão sobem ao palco do CCB no próximo dia 12 de Abril, para um concerto único integrado na digressão comemorativa do seu 25º aniversário (sim, o tempo passa...). Espera-se o destaque especial para Perpetuum Mobile, álbum de 2004, bem como uma retrospectiva de toda a carreira do grupo, conhecido pela utilização de ferramentas e outros artefactos oficinais no lugar de instrumentos musicais.

* Einstürzende Neubauten vertido para inglês

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Epitáfio

Stephen Paul Smith nasceu no Nebraska em 6 de Agosto de 1969. Gostava da música dos Beatles, não gostava do seu nome de baptismo. Por isso, quando entrou para o liceu, decidiu passar a chamar-se Elliott. Estudou piano e guitarra e, após uma breve passagem por bandas punk, depressa se tornou numa pequena mas cintilante estrela do indie-rock norte-americano, com os álbuns Roman Candle (1994), Elliott Smith (1995) e Either/Or (1997). Em 1997, Elliott Smith muda-se para New York, cidade onde Gus Van Sant o convida para fazer a banda sonora do filme “O Bom Rebelde”, (aquele em que Matt Damon faz de menino prodígio problemático com queda para a matemática e Robin Williams de psicólogo atormentado). O tema principal da banda sonora, Miss Misery, viria a ser nomeado para o Óscar de Melhor Canção Original de 1998, projectando a música de Elliott Smith para as audiências mainstream. Elliott estaria presente na cerimónia de entrega dos Óscares, subindo ao palco do Shrine Auditorium antes da actuação de Celine Dion (com My Heart Will Go On, de “Titanic”), naquilo que descreveria como um dos momentos mais estranhos da sua vida: foi como tomar um comprimido que não se dissolvesse, uma coisa que não se assimila.

Ainda em 1998, assinaria contrato com a editora de Hollywood DreamWorks Records, através da qual viria a editar o álbum XO (forma abreviada de executive officer), considerado por muitos como a sua melhor obra, e Figure 8, já em 2000.
Apesar da tristeza que perpassa pela sua música, Elliott Smith não acolhia a ideia de que as suas canções fossem frágeis ou reveladoras. Não são o meu diário e não pretendem ser nada de intímo ou confessional. Lá por umas vezes me sentir muito feliz com qualquer coisa e outras vezes terrivelmente deprimido, não quer dizer que se passe alguma coisa de errado comigo! É mau que as pessoas só reparem no lado triste das minhas canções...
A música de Elliott Smith, embora intimista e angustiada, era reconfortante e fazia a tristeza parecer bela (reconhecendo-se as influências de autores como Alex Chilton e Nick Drake), chegando mesmo a assumir contornos épicos nos momentos mais exuberantes do seu reportório. Smith era justamente considerado como um dos mais dotados songwriters da sua geração, capaz de mudar a nossa vida apenas com um sussurro.

Elliott Smith foi encontrado sem vida pela sua namorada, na cozinha do apartamento que ambos partilhavam no Echo Park de Los Angeles, na manhã do dia 22 de Outubro de 2003. Apresentava um profundo golpe no peito, auto-infligido com uma faca. Tinha 34 anos e trabalhava no seu sexto álbum, From a Basement on the Hill. Registo que viria a ser publicado um ano depois da sua morte, em Outubro de 2004. O último legado de Elliott Smith e uma obra ímpar.

R.I.P.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

É fresquinho, é do dia



O weblog Dias Atlânticos é destaque do dia na Gazeta do Blogueiro.
Esperamos continuar à altura.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Bichanos de Estimação!!!



Companheiros fiéis, sempre bem dispostos, sem nos recriminarem as nossas más atitudes, e maus humores, são os bichos de estimação que me tem feito mais companhia até por causa dos dias frios,(ventos atlânticos?-nãã!), o Coyote elaborado pelo Sr.Pedro Costa na Antena 3, e os sete Cisnes do Sufjan Stevens! A curiosidade de descobrir coisas novas e os patinhos feios a transformarem-se sempre!
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