Num filme sempre pop...
No início dos anos 90 aparecia em Portugal um dos mais interessantes projectos editoriais feitos entre nós. A revista Kapa, dirigida por Miguel Esteves Cardoso, reunia na mesma redacção personalidades tão díspares com Miguel Esteves Cardoso, Pedro Rolo Duarte, Carlos Quevedo, António Barreto, Edgar Pêra, Pedro Ayres Magalhães, Manuel Hermínio Monteiro ou Maria Filomena Mónica. Não houve nada de semelhante, nem antes nem depois. Durante alguns anos a Kapa encantou-nos. Depois, acabou.
Algumas pessoas têm-me perguntado a razão de ser do nome deste weblog. Dias Atlânticos é, primeiro que tudo, o nome de uma canção famosa de um grupo português, escrita em 1989. O grupo que a compôs, que se chamava originalmente Bananas e que viria mais tarde a arrendondar o nome para Ban, era formado por João Loureiro (sim, o senhor do Boavista), Ana Deus (mais tarde das Três Tristes Tigres), João Ferraz, Francisco Monteiro e Paulo Faro. Nas palavra de Ricardo Saló, os Ban foram o primeiro projecto pop a sério alguma vez concretizado em Portugal.
Com o espiríto nesse filme sempre pop decidi chamar Dias Atlânticos a um espaço nocturno que nasceu para o mundo, no litoral alentejano, em 29 de Maio de 1991. Durou poucos anos mas encheu de noites a vida de muita gente. Naquele tempo, os regulamentos policiais impunham que os estabelecimentos nocturnos encerrassem às 4 da manhã. Por isso, quando a hora chegava, a música calava-se. Quando essa hora chegava o Al Berto deitava-se no pavimento da pista sem abandonar o seu copo de cerveja e gritava “JAP, põe David Bowie!”. E lá tínhamos direito a Young Americans e a chatice com as forças da ordem. O pessoal da K também gostava dos Dias.
Algumas pessoas têm-me perguntado a razão de ser do nome deste weblog. Dias Atlânticos é, primeiro que tudo, o nome de uma canção famosa de um grupo português, escrita em 1989. O grupo que a compôs, que se chamava originalmente Bananas e que viria mais tarde a arrendondar o nome para Ban, era formado por João Loureiro (sim, o senhor do Boavista), Ana Deus (mais tarde das Três Tristes Tigres), João Ferraz, Francisco Monteiro e Paulo Faro. Nas palavra de Ricardo Saló, os Ban foram o primeiro projecto pop a sério alguma vez concretizado em Portugal.
Com o espiríto nesse filme sempre pop decidi chamar Dias Atlânticos a um espaço nocturno que nasceu para o mundo, no litoral alentejano, em 29 de Maio de 1991. Durou poucos anos mas encheu de noites a vida de muita gente. Naquele tempo, os regulamentos policiais impunham que os estabelecimentos nocturnos encerrassem às 4 da manhã. Por isso, quando a hora chegava, a música calava-se. Quando essa hora chegava o Al Berto deitava-se no pavimento da pista sem abandonar o seu copo de cerveja e gritava “JAP, põe David Bowie!”. E lá tínhamos direito a Young Americans e a chatice com as forças da ordem. O pessoal da K também gostava dos Dias.
Este blog é o herdeiro desse património. Num filme sempre pop...
32 Comments:
Bem me parecia que era daí que vinha o nome. Depois dos Dias, como era conhecido pelos assíduos, ficou o deserto.
Quando leio estas coisas fico com pena de não ter o dom da omnipresença. Beijo
Lembro-me perfeitamente da K (ainda guardo o exemplar ilustrado neste post), já suspeitava da origem do nome do blog e tenho pena de não ter conhecido o "Dias Atlânticos". Mas fico contente por o espírito se prolongar neste espaço.
Marcou pelo menos 2 gerações na zona.
Ainda hoje se fala dos Dias Atlânticos e de momentos que lá se viveram.
Era ainda miudo quando lá ia.
Para além de tudo o resto adorava a música.
Hoje, fazia sentido "Dias Atlânticos - O Bar", que começam a faltar sítios para ir ouvir certas coisas e estar de outra forma.
um bom nome para um bom blog; a lembrar os magníficos dias com a dimensão do oceano.
obrigado pelo registo. [e pela lembrança da k, uma revista que saltava à vista quando eu ia para a escola, no início da década de noventa].
cumprimentos
de todas as que ocuparam esse espaço...os Dias Atlânticos foram, sem dúvida as que mais saudades deixaram :)*
Raquel
SUNRISE
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
"Poema", Mário Cesariny
Dedicated to U.
JAP tenho k te dar os meus Parabens pelo Blog.
Gostei muito da tematica dele, pois eu adoro musica.
Continuem o bom trabalho.
Um abraço.
lembro-me da Kapa lembro-me dos dias atlanticos, e nesse "filme sempre pop" havia não me lembro do nome da musica..mas foi do primeiro maxi dos ban.
era assim era linda..
"perdido na polis cinzenta da chuva fria
a alma esta lá em cima, alma perdida"
infelizmente não conheci o dias atlânticos, mas lembro-me, vagamente lembro-me vagamente de tudo desssa altura. risos. -, da K , claro (calculo que ainda existam algumas guardadas em casa da minha mãe).
fiquei sem saber porquê e a curiosidade mantém-se. ;-)
Fanática da K me confesso. :)
Ah... E dava o meu reino para ver o Al Berto deitado no chão a pedir Bowie...
:)
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
"O amor é uma companhia". Alberto Caeiro
Dedicated to...
A K tinha alguma piada, mas talvez fosse por não haver nada parecido na altura e o MEC ainda não tinha gasto a piada (as melhores continuam a ser as publicadas n' O Jornal). De resto era uma revista urbana e pop.
Mário
retorta.net
da´-me um ideal...um ideal...
LOL
o que me foste lembrar. Os BAN ehehehe
tenho um album deles EM VINIL!!!
João Loureiro....acreditas que nunca o levo a sério quando ele aparece na tv como dirigente, so me lembro dele a cantar nos BAn.
beijos, qtº a revista, nem uma palavra, as saudades dos 80's e dos early 90's e a prazer enorme q foi crescer por esses dias :)
paula.
reciprocidades.blogspot.com
LOLOlSó passei para dizer
BOA NOITE, Jinho, Bshell
...lembro-me bem dessa música dos Ban...e adorava cantarolá-la...que bom que foi lembrar...
Tem uma boa semana.
Um beijinho*.
SUPER POP
Este fim de semana foi grande no Coliseu, que foi pequeno para os três concertos de Tony Carreira, esgotadíssimos há meses. Ficámos a saber que a descendência, Mickael, também canta e já anda a dar os primeiros passos pelos palco.
Os Anjos
São anjos Conhecem a água sanguinolenta
do que se ouve do que se diz
Sabem o pormenor O instante perpétuo
a graça imanente duma parede reflectida
São anjos olham em redor abstractamente
reconhecem os produtos da terra
a flor da urze
a maçã a noz
o dióspiro e a margarida
Aparecem nos dias de semana sem que os esperem
São anjos Acrescentam letras tiram letras
Tudo por eles passa Menos o silêncio circundante
in "Vestígios", Gérard Calandre
(sacado do quartzo-feldspato-mica.blogspot.com)
Dedicated to U.
Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trémulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;
Alegre pelo critério que tenho em poder ver-te
Sem «estado de alma» nenhum, sonho ver-te.
A tua beleza para mim está em existires
A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim.
Sem titulo,Alberto Caeiro
Dedicated to...
Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trémulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;
Alegre pelo critério que tenho em poder ver-te
Sem «estado de alma» nenhum, sonho ver-te.
A tua beleza para mim está em existires
A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim.
Sem titulo,Alberto Caeiro
Dedicated to...
Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trémulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;
Alegre pelo critério que tenho em poder ver-te
Sem «estado de alma» nenhum, sonho ver-te.
A tua beleza para mim está em existires
A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim.
Sem titulo,Alberto Caeiro
Dedicated to....
Muito bonito...agora este blog parece um programa de discos pedidos : este poema é dedicado...queremos mais!!!!!!
Até eu me lembro disso... ;-)
http://www.respostasparalelas.blogspot.com/
Eu sou (ou na altura era) o visitante três mil e 69. É assinalável!
Ora bem, pensei, pensei e achei que este poema poderia dizer algo a alguém de ciências exactas...será?!
Precisão
O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
Clarice Lispector
( quem terá sido o/a lírico/a que vem para aqui com coisas destas? )
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Senhor Jap, a caneta azul funciona, mas eu sou teimosa. O meu comentário era inofensivo, eu só perguntei quando sai o próximo post...apagou porquê?! Deixo-lhe um beijo na mesma.
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