Cinema
Em matéria de produção nacional, o ano que ora findou foi fértil e diverso. Na selecção vintage figura Rodrigo Leão e a sua obra-prima Cinema. Este trabalho, publicado em Junho de 2004, culmina uma já longa carreira a solo (depois da passagem pelos Sétima Legião e pelos Madredeus), iniciada em 1994 com o álbum Ave Mundi Luminar (ainda com os Vox Ensemble). Da sua música disse então o compositor tratar-se de toda uma carga visual cinematográfica.
Sete álbuns volvidos chega-se a este belíssimo Cinema, onde Rodrigo Leão conta com as interpretações notáveis de Beth Gibbons (que se tornou conhecida do mundo como a voz dos Portishead), da brasileira Rosa Passos, da luso-belga Helena Noguerra e de Sónia Tavares, dos Gift. O álbum tem ainda a participação de Ryuichi Sakamoto, na qualidade de co-autor de dois temas.
Com Cinema, Rodrigo Leão atinge a maioridade e assina aquela que é a sua melhor e mais requintada obra. A sonoridade que se desprende de Cinema evoca imagens de melancolia, à moda de Yann Tiersen, ainda que claramente portuguesas. Para ouvir para sempre.
3 Comments:
...continuamos com gostos coincidentes, e concordo com a tua selecção do ano (vintage é o termo certo, de facto).
Obrigada pelo teu comentário*
Bj SK
Ora viva! É sempre um risco atribuir títulos como obra-prima porque nunca se sabe o que vem a seguir. O disco é de facto muito bom, e as sonoridades que o Rodrigo descobre e onde evolui são óptimas. Gosto do Rodrigo, já desde os tempos da Sétima, costumávamos beber uns copos nas Noites Longas. Já o Yann Tiersen produz mais ao estilo OST, a música dele, ao contrário do Rodrigo, sobrevive com dificuldade fora dos filmes. Se me permitem uma referência reparem na música d'"As horas"... quem ouve reconhece Phillip Glass.
Um abraço deste que vos estima,
Zeca
Atrevo-me a dizer que é o melhor álbum do Rodrigo Leão.
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