sábado, dezembro 29, 2007

Céu

O céu é um sítio onde nunca nada acontece...



Talking Heads - Heaven

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Force Majeure

Não me peçam para explicar esta ocorrência. Fui compelido por terceiros, sob ameaça, a colocar aqui este vídeo. Aparentemente trata-se de uma versão parodiada e remisturada (eu diria, em sussurro, remexida) do tema Satellite of Love, de Lou Reed. Se eu não der sinais de vida nas próximas quarenta e oito horas, por favor avisem as autoridades.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

música sempre "de sempre!"

Out of print



Não faço questão de coleccionar raridades. Mas nas prateleiras onde guardo as rodelas de alumínio plastificado (leia-se CDs) encontram-se algumas, poucas, peças que talvez possam ter esse atributo. Uma delas, a cuja audição regresso de quando em longe, é um disco de 1986 chamado Life Is Hard And Then You Die. Foi o primeiro álbum de uma banda de Liverpool que respondia pelo nome de It’s Immaterial. Publicariam apenas mais um álbum, Song, em 1990, e viriam a desaparecer rapidamente de circulação. Lembro-me de Life Is Hard And Then You Die ter merecido uma entusiástica e elogiosa crónica no jornal Sete, pela mão do (então) jornalista musical Miguel Esteves Cardoso, mais tarde compilada no seu livro Escrítica Pop. A música excelente dos It’s Immaterial andava ao arrepio dos ventos da época, facto que parece ter ditado a sua morte prematura. Mas o vento muda e não há morte para o vento.


It’s Immaterial – Driving Away From Home

Nota: Para quem tiver paciência para ver o vídeo até ao fim, reparar nas imagens da ponte sobre o Tejo e da gare marítima de Alcântara.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Demora mas só melhora



Há quem diga que os 4hero foram os inventores do drum’n’bass. E, mais tarde, de um outro género de música de dança que viria a ficar conhecido como jungle. O que parece inquestionável acerca da formação que assina como 4hero é possuirem uma extraordinária capacidade de reinvenção. Seis longos anos após o lançamento do álbum Creating Patterns, a dupla britânica formada por Mark Clair (Mark Mac) e Dennis McFarlane (Dego) regressa com um novo longa duração, Play With The Changes. Neste trabalho, os 4hero voltam a contar com a colaboração da spoken word da poetisa e cantora Ursula Rucker, entre outras personalidades como Carina Andersson e Jody Watley. Há coisas que com o tempo só melhoram.



4hero - The Awakening (feat. Ursula Rucker)
4hero no MySpace

sábado, fevereiro 03, 2007

Dá-lhes groove, kid


Senhoras e senhores, temos a honra de anunciar que o DJ Groovekid, um dos mais ilustres membros deste blog, acompanha hoje à noite a dupla LTJ Bukem & MC Conrad em actuação ao vivo na Indústria do Porto. O espectáculo insere-se na tournée comemorativa dos 13 anos da Good Looking Records e tem início pelas 2 da manhã.

O britânico LTJ Bukem, músico, dj e produtor, é uma das figuras mais conhecidas da sonoridade drum'n'bass e é reconhecido como o mais crucial herdeiro do movimento jungle, figurando ao lado de nomes como Goldie, Roni Size ou 4 Hero. Para além das actividades como músico e dj, LTJ Bukem é ainda responsável pela editora Good Looking e as respectivas subsidiárias Looking Good, Earth ou Nexus.
Os fãs do drum'n'bass e do soul-jazz devem portanto dirigir-se sem medos à Indústria da cidade invicta, situada na Foz, mais concretamente na Avenida do Brasil, onde poderão assistir a este espectáculo. Para quem não puder assistir, o Groovekid promete contar brevemente nas páginas deste blog como é que foi.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Peter, Björn & John



Peter Morén, Björn Yttling e John Eriksson são suecos de Estocolmo e formam os Peter Bjorn and John. Até Maio do ano passado eram apenas conhecidos por uns quantos happy few atentos a fenómenos continentais (leia-se da Europa não britânica). Com a edição de Writer’s Block, terceiro longa duração da sua carreira, os Peter Bjorn and John viram-se catapultados para os lugares cimeiros de muitas listas dos melhores de 2006. A Pitchfork descreve-os como o resultado do cruzamento entre a inocência animada dos Camera Obscura e o ritmo soturno dos Young Marble Giants, e há ainda quem os considere os melhores representantes da indie-pop genuinamente noughties (dos 2000’s).

Young Folks foi o primeiro single a ser extraído do álbum Writer’s Block e é particularmente orelhudo, além de deliciosamente pop. O tema foi escolhido para fazer parte da banda sonora de um dos episódios da segunda série de Anatomia de Grey. O assobio que se ouve na canção é de Peter Morén e a voz feminina pertence a Victoria Bergsman, dos extintos Concretes. O primeiro clip que apresentamos é a versão original do vídeo de Young Folks. O segundo clip é a prestação ao vivo dos Peter Bjorn and John no programa televisivo da NBC Late Night with Conan O'Brien. Reparem como se torna difícil assobiar para um microfone.





Peter Bjorn And John no MySpace

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Da Série Melodias de Sempre

Era eu um rapazola de quinze anos quando esta musiquita saiu. Comecei a ouvi-la nas festas e nas matinées dançantes de giradiscos no final dos anos 70 e achava-lhe imensa piada. Parecia-se muito com o som disco da moda e as vozes faziam-me pensar nos Bee Gees, esses gigantes. Durante mais de quinze anos não voltei a ouvir esta pérola. Até que numa noite, em meados dos 90, ouvi a musiquita de novo, num bar da província. Corri até ao DJ e fiz aquela pergunta parva que todos os DJs detestam: De quem é isto? Com aquele ar displicente que todos os DJs têm, respondeu-me: Electric Light Orchestra. Estava descoberto o autor. Faltava saber o nome da música. Seriam precisos mais dez anos para a encontrar. Foi no YouTube, essa universal videoteca. O clip faz uso dos mais avançados efeitos especiais conhecidos à época. Digam lá se não é uma maravilha? De certeza que o Jay Kay gosta disto.

Electric Light Orchestra - Last Train to London

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Fresquinho, fresquinho



Saiu ontem, 23 de Janeiro de 2007, o novo trabalho de longa duração de Kristin Hersh, o sétimo da sua carreira a solo. O disco chama-se Learn to Sing Like a Star e conta com a colaboração de David Narcizo na percussão e dos McCarricks nas cordas.

Para quem não se lembra, Kristin Hersh tornou-se conhecida por ser a frontwoman dos Throwing Muses, um grupo norte-americano de culto surgido no início dos anos 80. Em 1986, seriam a primeira banda americana a assinar com a prestigiada etiqueta britânica 4AD. Nos Muses estava também a meia-irmã de Hersh, Tanya Donelly, que viria mais tarde a pertencer às Breeders, juntamente com Kim Deal dos Pixies. Ao longo do anos noventa os Throwing Muses viriam a desmembrar-se, apesar dos fugazes reencontros aqui e ali. Permaneceriam uma referência incontornável na música independente.



Throwing Muses – Counting Backwards (The Real Ramona 1991)

Kristin Hersh no
MySpace

domingo, janeiro 21, 2007

Oh Joana...



Joan Wasser, nascida em 1970 nos Estados Unidos, começou a ter lições de piano aos seis anos de idade. Estudou violino na Boston University, onde chegou a tocar na orquestra sinfónica daquela universidade. De Mahler a Marley, de Nina Simone a Shostakovich, para esta rapariga tudo é apenas música. Joan Wasser pertenceu à banda que acompanha Rufus Wainwright e foi um dos Johnsons de Antony, para além de ter participado em trabalhos dos Scissor Sisters, Lou Reed, Nick Cave, Sheryl Crow, Laurie Anderson, Lou Barlow, Sparklehorse e David Gahan, dos Depeche Mode. Joan empenha-se nas personagens que recria, tão bem que uma sua amiga chegou a comentar um dia que até o papel de mulher polícia na famosa série dos anos 70, protagonizada por Angie Dickinson (Police Woman), ela seria capaz de desempenhar.

Depois de participar em diversas bandas – Dambuilders, Those Bastard Souls, Black Beetle – , Joan Wasser cria em 2002 a sua própria formação – Joan as Police Woman – na cidade de New York, juntamente com o baterista Ben Perowsky e a guitarrista Rainy Orteca. Joan usa a expressão american soul music para descrever a sua música e diz-se influenciada por mulheres como Kim Gordon, dos Sonic Youth.

Os Joan as Police Woman já estiveram por duas vezes em Portugal: a 24 de Abril de 2005, na primeira parte do espectáculo que Rufus Wainwright deu no Coliseu e, em nome próprio a 30 de Outubro do ano passado, no Santiago Alquimista. O álbum Real Life, o primeiro longa duração da formação Joan as Police Woman, foi publicado em Junho do ano passado. Está na nossa selecção dos melhores de 2006.
Trivia:
Joan Wasser namorava com Jeff Buckley à data da sua morte.
Joan as Police Woman - Eternal Flame
Joan as Police Woman no MySpace
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