quinta-feira, março 31, 2005
sábado, março 19, 2005
Vai tocar àquela porta
Mais logo, pelas 22 horas, teremos Mão Morta ao vivo no Castelo de Sines, num concerto integrado nas festividades da Semana da Juventude organizadas por aquele município. O colectivo de Braga, com mais de vinte anos no activo, apresentará a sua mais recente produção, o álbum Nús, publicado o ano passado e eleito pelo jornal Blitz como o melhor do ano. Nús foi feito em memória dos amigos desaparecidos pelos caminhos da vida e inspirado no poema Howl do ícone da beat generation Allen Ginsberg (Vi os melhores espíritos da minha geração destruídos pela loucura, esfomeados histéricos nús...).
sexta-feira, março 18, 2005
Dias Atlânticos e flores
PRONTO!
OS DIAS ATLÂNTICOS
TINHAM QUE FAZER
UMA FESTA ASSIM.
A CHEIRAR A MAIO
E A FLORES.
NA PRIMAVERA!
ESTÁ CONVIDADO.
O Pequeno Idiota
O pequeno idiota de que hoje aqui se fala chama-se Richard Melville Hall. Este pequeno idiota contemporâneo nasceu e cresceu na igualmente pequena cidade de Darien, no estado norte-americano do Connecticut. Ainda criança de tenra idade terão começado a chamar-lhe Moby, pelo facto de Richard ser trisneto de Herman Melville, o escritor que escreveu sobre o homem e sobre a procura incessante do sentido da vida, numa obra chamada Moby Dick. Dick é ainda o diminutivo de Richard em língua inglesa (entre outros significados que, para o assunto em apreço, de nada interessam).
Moby tornar-se-ia notado em 1991 ao atingir o top ten britânico com Go, um remix techno construído em cima de um tema original de Angelo Badalamenti chamado Twin Peaks, tema principal da banda sonora da série televisiva com o mesmo nome, da autoria de David Lynch. Isto anda tudo ligado... Em seguida, Moby seria convidado para remisturar temas de autores e formações tão diversas como Michael Jackson, Pet Shop Boys, Brian Eno, Depeche Mode, Erasure, The B-52’s e Orbital. Do mainstream ao underground, sem distinção. Faria ainda Animal Rights, um disco de heavy metal (?!) em linha com a sua militância vegan.
Moby veria chegar o sucesso em 1999, com a música de porcelana do álbum Play, onde toca todos os instrumentos e assina todos os temas. Estima-se que Play terá vendido cerca de 10 milhões de cópias no mundo inteiro, marca ainda mais notável se tivermos em linha de conta que Play foi excluído das playlists das rádios mais influentes. Moby foi acusado de golpe publicitário ao ceder os direitos das canções de Play para uso indiscriminado em diversos commercials e bandas sonoras de filmes e séries televisivas. A cena das crianças extraterrestres nos X-files de Mulder e Scully tem fundo sonoro de Moby. Tal como o anúncio publicitário da Super-Bock rodado no centro histórico de Guimarães. Na sequência de Play, Moby surgiria em 2002 com 18, onde fala do pó de estrelas de que todos somos feitos.
Na passada segunda-feira Moby estreou Hotel. Mais uma vez, escreve todos os temas e toca todos os instrumentos, à excepção da bateria. O lançamento de Hotel reveste-se de alguns aspectos insólitos e pouco habituais nestas andanças, como os protocolos estabelecidos por Moby com cadeias hoteleiras para a promoção do disco. A propósito de Hotel diz Moby:
Os hoteis fascinam-me pelo facto de serem espaços incrivelmente íntimos que são renovados a cada 24 horas de modo a manterem-se anónimos. As pessoas dormem em quartos de hotel, têm sexo em quartos de hotal, choram em quartos de hotel, iniciam e terminam relacionamentos em quartos de hotel... Mas de cada vez que entramos num hotel sentimos que somos o primeiro hóspede, que inauguramos aquele espaço e que ele se torna por momentos a nossa morada biológica. O que é de alguma forma análogo à condição humana. Na minha perspectiva, o que torna preciosa a nossa existência biológica é a sua relativa brevidade.
O multifacetado Moby publica os seus trabalhos gráficos através da etiqueta Little Idiot. Moby é um génio.
domingo, março 06, 2005
Num filme sempre pop...
Algumas pessoas têm-me perguntado a razão de ser do nome deste weblog. Dias Atlânticos é, primeiro que tudo, o nome de uma canção famosa de um grupo português, escrita em 1989. O grupo que a compôs, que se chamava originalmente Bananas e que viria mais tarde a arrendondar o nome para Ban, era formado por João Loureiro (sim, o senhor do Boavista), Ana Deus (mais tarde das Três Tristes Tigres), João Ferraz, Francisco Monteiro e Paulo Faro. Nas palavra de Ricardo Saló, os Ban foram o primeiro projecto pop a sério alguma vez concretizado em Portugal.
Com o espiríto nesse filme sempre pop decidi chamar Dias Atlânticos a um espaço nocturno que nasceu para o mundo, no litoral alentejano, em 29 de Maio de 1991. Durou poucos anos mas encheu de noites a vida de muita gente. Naquele tempo, os regulamentos policiais impunham que os estabelecimentos nocturnos encerrassem às 4 da manhã. Por isso, quando a hora chegava, a música calava-se. Quando essa hora chegava o Al Berto deitava-se no pavimento da pista sem abandonar o seu copo de cerveja e gritava “JAP, põe David Bowie!”. E lá tínhamos direito a Young Americans e a chatice com as forças da ordem. O pessoal da K também gostava dos Dias.