quinta-feira, janeiro 13, 2005

Back in business... all over the world!

Formaram-se em 1986, nos Estados Unidos e duraram seis anos. Produziram cinco álbuns de originais, cheios de uma música que nunca ninguém tinha ouvido. Nunca alcançaram um sucesso significativo, permanencendo na zona de sombra límbica que esconde os mistérios fundamentais. Foram praticamente ignorados em terras americanas, não conseguindo sequer obter um contrato de edição no seu país. O proprietário da editora europeia 4AD, Ivo Watts-Russel, ficou tão impressionado com a demo tape do grupo, que lhes propôs de imediato um contrato para a publicação do primeiro álbum, Come On Pilgrim, trabalho que veria a luz do dia em 1987. Seguir-se-iam Surfer Rosa (1988), Doolittle (1989), Bossanova (1990) e Trompe Le Monde (1991). Seria na Europa que os Pixies teriam alguma receptividade, por parte de um pequeno público entusiasta e pela imprensa musical atenta aos fenómenos alternativos. Nunca conheceriam os tops de vendas.

Certo dia alguém perguntou a Kurt Cobain o que o levara a compor Smells Like Teen Spirit. Kurt respondeu: Eu estava a tentar escrever a derradeira canção pop. Basicamente estava a tentar copiar os Pixies. A música dos Pixies era mesmo completamente nova e contagiante. Quando, ao regressar de uma tournée mundial com os U2, Bono ouviu o primeiro disco da banda, desabafou: depois disto, nada mais importa. Oscilando entre refrões carnais e gritados e passagens doces e melódicas, com harmonias simples e breves, a música dos Pixies foi o impulso seminal para tudo o que viria a acontecer nos anos seguintes, até aos dias de hoje. E no futuro que há-de vir. São incontáveis os grupos que sofreram a sua influência. Não há nenhuma antologia séria, daquelas do género os 100 melhores de sempre que não contenha um ou mais álbuns dos Pixies. O tempo da música divide-se por isso em dois períodos: A.P. e D.P., antes e depois dos Pixies. Esta banda tem, para o contexto, o mesmo significado que o nascimento de Cristo para os cristãos.

O grupo seria dissolvido em 1992 por iniciativa do vocalista, Charles Thompson IV (também conhecido por Black Francis nos Pixies e Frank Black a solo), que num fax lacónico informou os restantes membros da banda, Kim Deal (viola baixo), Joey Santiago (guitarra) e Dave Lovering (bateria) que a banda já não existia.

Há quem considere que os Pixies vieram cedo demais. Que o mundo do final dos eighties não estaria preparado para o seu som. (eu não concordo por motivos obviamente pessoais; têm-me feito muita falta e insuflado a vida com muita energia) Durante anos, a imprensa e os fâs mais indefectíveis acompanharam atentamente os rumores de uma eventual reunião do grupo, sempre desmentida por Frank Black, que entretanto iniciara uma carreira a solo, e por Kim Deal, que viria a fundar as Breeders, com as quais conheceu algum sucesso. A questão da reunião dos Pixies viria a tornar-se num mito semelhante ao dos Fab Four.

Até que, subitamente no final de 2003, quase doze anos após a separação, os músicos fazem saber que preparam em conjunto a edição de uma nova colectânea e de um DVD e que reiniciaram os ensaios para uma tournée mundial a ocorrer em 2004. O que tantos desejaram (e alguns temeram) estava prestes a acontecer. A tournée levaria os Pixies por todos os Estados Unidos, Canadá, Brasil e diversos países europeus (entre os quais, Portugal, a 11 de Junho, no Festival Super Bock Super Rock), num total de cerca de 120 espectáculos, com lotações invariavelmente esgotadas e, pasme-se, com a mesma frescura de outros tempos (apesar do notório efeito da passagem dos anos sobre a fisionomia dos músicos). Terminou em apoteose no Hammerstein Ballroom de New York, há menos de um mês. Assistiram aos concertos cerca de meio milhão de espectadores e as suas receitas atingiram mais de 14 milhões de dólares. Os Pixies chegavam enfim ao merecido reconhecimento público, em grande medida através de uma geração que não os conheceu aquando do seu aparecimento. Frank Black faz assim o balanço do reencontro dos Pixies: naqueles anos não ganhámos dinheiro nenhum, agora farto-me de rir a caminho do banco...



Frank Black


Kim Deal


Joey Santiago


Dave Lovering

1 Comments:

Blogger O Puto said...

São uma das bandas mais importantes e influentes dos últimos 20 anos. Eu reajo sempre aos acordes, gritos e cantorias da banda de Boston. E quando vieram cá não pude (chuif!) ir vê-los, devido a obrigações familiares. Mas ainda tenho esperança de os ver e enriquecê-los com o dinheiro do bilhete. Eles merecem!

1:14 da manhã  

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